O consumo de alimentos ultra processados e os impactos sobre a saúde

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Com o aumento do consumo de alimentos ultra processados nas últimas décadas, torna-se importante compreender seus impactos potenciais sobre a saúde. Os estudos sobre o tema tem demonstrado que o consumo desses alimentos desempenha papel potencial no desenvolvimento da obesidade e de outras doenças crônicas não transmissíveis. 

Saiba como classificar e escolher os alimentos². Os alimentos podem ser classificados em: 

*ALIMENTOS IN NATURA E MINIMAMENTE PROCESSADOS: BASE IDEAL PARA UMA ALIMENTAÇÃO ADEQUADA E SAUDÁVEL. Alimentos in natura – obtidos de plantas ou animais e adquiridos para consumo sem terem sofrido processamento. Alimentos minimamente processados – alimentos que sofreram alterações mínimas na indústria, como moagem, secagem, pasteurização etc. Exemplos: verduras, legumes e frutas (frescas ou secas); tubérculos (batata, mandioca etc.); arroz; milho (em grão ou na espiga); cereais; farinhas; feijão e outras leguminosas; cogumelos (frescos ou secos); sucos de frutas (sem açúcar ou outras substâncias); leite; iogurte (sem açúcar ou outras substâncias); ovos; carnes; pescados; frutos do mar; castanhas (sem sal e açúcar); especiarias e ervas frescas ou secas; macarrão ou massas (feitas com farinhas e água); chá, café e água.

*ALIMENTOS PROCESSADOS: LIMITAR O CONSUMO. São produtos fabricados com a adição de sal, açúcar, óleo ou vinagre, o que os torna desequilibrados nutricionalmente. Por isso, seu consumo pode elevar o risco de doenças, como as do coração, obesidade e diabetes. Exemplos: enlatados e conservas; extratos ou concentrados de tomate; frutas em calda e cristalizadas; castanhas adicionadas de sela ou açúcar, carne salgadas; queijos e pães (feitos com farinha de trigo, leveduras, água e sal).

*ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS: EVITAR O CONSUMO. SÃO FORMULAÇÕES INDUSTRIAIS FEITAS TIPICAMENTE COM CINCO OU MAIS INGREDIENTES. Em geral, são pobres nutricionalmente e ricos em calorias, açúcar, gorduras, sal e aditivos químicos, com sabor realçado e maior prazo de validade. Podem favorecer a ocorrência de deficiências nutricionais, obesidade, doenças do coração e diabetes. Exemplos: biscoitos, sorvetes e guloseimas; bolos; cereais matinais; barras de cereais; sopas, macarrão e temperos “instantâneos”; salgadinhos “de pacote”; refrescos e refrigerantes; achocolatados; iogurtes e bebidas lácteas adoçadas; bebidas energéticas; caldos com sabor carne, frango ou de legumes; maionese e outros molhos prontos; produtos congelados e prontos para consumo (massas, pizzas, hambúrgueres, nuggets, salsichas, etc.); pães de forma; pães doces e produtos de panificação que possuem substâncias como gordura vegetal hidrogenada, açúcar e outros aditivos químicos.

Uma revisão sistemática¹ publicada em 2020 teve como objetivo resumir as evidências relacionadas à associação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e desfechos em saúde. Entre as pesquisas a amostra variou de 785 a 109.104 participantes, realizados em países como a Espanha, França, Canadá, Estados Unidos e Brasil. O acompanhamento médio dos participantes variou de 4 a 19 anos.

O estudo indicou uma associação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e vários desfechos em saúde, como:

* o risco de mortalidade por todas as causas, 

*doenças cardiovasculares em geral, 

*doenças cardíacas coronárias, doenças cerebrovasculares, 

*hipertensão, 

*síndrome metabólica,

*sobrepeso e obesidade, 

*depressão, 

*síndrome do intestino irritável, 

*câncer geral, 

*câncer de mama pós-menopausa, 

*obesidade gestacional, 

*asma na adolescência e fraqueza em idosos. 

Os resultados da revisão estimulam uma diminuição no consumo de alimentos ultraprocessados e um aumento na proporção de alimentos não processados ​​ou minimamente processados, como frutas e hortaliças para a prevenção de doenças crônicas não transmissíveis.

Sugestões e trocas mais saudáveis:

  • Diminua o açúcar do café e chás ou vá excluindo gradativamente até não ser mais necessário ao paladar,
  • Opte pelos temperos naturais ao fazer suas refeições,
  • Prefira sucos naturais sem adição de açúcar ou consuma a fruta in natura,
  • Use chocolate 70% ou com quantidade superior de cacau,
  • Use gorduras como: manteiga, azeite de oliva extra virgem, banha de porco e óleo de coco extra virgem,
  • Faça do momento de cozinhar um momento em família, envolva toda a família nesse processo,
  • Leia sempre os rótulos dos alimentos,
  • Compre mais em feiras e fruteiras, diminua a ida ao supermercado,
  • Troque os pães e lanches prontos por ovos, panquecas, bolos e pães caseiros,

REFERÊNCIAS

1.Chen, X., Zhang, Z., Yang, H. et al. Consumption of ultra-processed foods and health outcomes: a systematic review of epidemiological studies. Nutr J 19, 86 (2020). https://doi.org/10.1186/s12937-020-00604-1 

2.Ministério da saúde. Ggui alimentar para a população brasileira. 2021. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/folder/escolha_dos_alimentos.pdf

Fernanda de Bittencourt

Fernanda de Bittencourt

Especialista em nutrição clínica e mestre em saúde coletiva. Trabalho há 10 anos na área de nutrição clínica e escolar. Meu foco é levar bem estar e saúde às famílias através da alimentação saudável, minha conduta é baseada em evidência cientifica com foco em comida de verdade.

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