Miomatose – Uma Patologia Benigna mas Impactante

Um fator importante e determinante para a decisão do tratamento e follow-up é a avaliação da fertilidade, uma vez que as mulheres estão postergando a maternidade após uma estabilidade ou especialização profissional.
Já fiz miomectomia em um paciente que todos os colegas haviam indicado a histerectomia, retiramos mais de 10 miomas, confesso que a retirada do útero daria bem menos trabalho, mas essa paciente ainda não tinha filhos. Após 2 anos de acompanhamento tive o privilégio de fazer o pré-natal e parto desta paciente. E toda vez que a encontro ela relembra do cuidado recebido e da benção de poder gerar e ter uma filha linda.
Na minha segunda cesariana meu colega e obstetra retirou alguns miomas que eu tinha, as vezes dependendo do tamanho e localização do mioma aproveitamos a cesariana para realizar a miomectomia, já perdi as contas de quantos miomas tirei junto a cesariana.
Contudo já acompanhei mulheres que sangraram e sofreram por anos com hemorragia por medo ou receito de fazer a cirurgia, passando por vários tratamentos e constrangimentos nos períodos menstruais, chegando a não poder nem sair de casa neste período. O útero é muito representativo para nós, mulheres, ele nos dá a capacidade de gerar e a notícia da cirurgia as vezes causa uma repercussão mental e espiritual muito forte. Nestas horas nós ginecologista temos um importante papel para ajudar as pacientes a avaliarem e aceitarem o melhor tratamento.
Para um manejo eficaz, é importante individualizar o tratamento com base na apresentação clínica, preferências da paciente e resposta ao tratamento inicial. Sempre crendo e aceitando que onde a medicina se limita Deus pode agir.