O crescimento adequado de uma criança depende múltiplos fatores, dentre os quais a alimentação saudável e a ausência de doenças orgânicas, sendo esta relacionada diretamente ao calendário vacinal completo. Além disso, sabe -se de que a base da formação bio-psico-social do indivíduo está na família e nos primeiros anos de vida, assim faz com que se organize a concentração de investimentos e esforços nessa direção. Procura- se, oferecer nesse período as condições mais favoráveis possíveis para que o ambiente familiar possa ajudar a constituir um ser humano completo e integrado. Com isso, torna-se necessário resgatar a família como responsável pelo desenvolvimento da criança até torná-la sujeito de si mesma, possibilitando sua individuação e autonomia, seu senso de respeito ao outro e a si mesma, com espírito de de solidariedade e ao sofrimento alheio, e capacitada a lidar de modo responsável com a sua própria vida e com a de outras pessoas, não se tornando uma pessoa violenta. Através de estudos constatou –se , também, como as relações afetivas entre mãe e filho, da gestação até os três anos, são importantes para definir a saúde física e emocional de ambos e para ajudar a criança a alcançar sua futura realização pessoal e profissional. As pesquisas da neurociência vêm enfatizando a importância da genética e a influência do ambiente (entorno) na organização da estrutura psíquica do indivíduo. Embora o bebê, por fatores hereditários, tenha tendência a desenvolver determinados comportamentos, eles passarão a ser modulados pela intervenção dos primeiros cuidados (pai e mãe) desde a fecundação (epigenética).
O vínculo emocional entre um bebê e seu cuidador é recíproco, constrói-se baseado em relacionamentos preliminares estabelecidos ainda com o feto e com a criança sonhada pelos pais, antes do seu nascimento. Após o nascimento, o bebê, para sobreviver, precisa de alguém que cuide dele e que assegure que suas necessidades físicas como alimentação, banho, proteção, e psicossociais isto envolve se sentir amado, protegido, único. O bebê também interage com o adulto por exemplo : sorrir, chorar, sugar e olhar nos olhos. (PAPALIA; OLDS; FELDMAN, 2006; BRAZELTON; CRAMER, 1992)
A prática da amamentação favorece a formação de vínculo entre mãe e filho e deve ser estimulada. Entretanto, a amamentação não é um comportamento inato, mas sim um hábito que se adquire e se aperfeiçoa com a prática, que depende de aprendizado e da interação positiva entre os fatores culturais e sociais (HALPERN; FIGUEIRAS, 2004).
A criança que é alimentada somente com leite materno até os 6 meses de vida apresenta menor morbidade. A amamentação, deve ser de livre demanda ( frequência e duração ilimitada) e não necessita de complementação com água, chás e fórmulas, o leite materno traz quantidades necessárias de proteínas, carboidratos, agua e imunoglobulinas ( células de defesa). Alguns estudos sugerem diminuição das taxas de morte súbita do lactente (HASSELMANN, M. H.; WERNECK, G. L.; SILVA, 2008; SCOTTISH…, 2006) . O aleitamento materno reduz o risco de hospitalização por vírus sincicial respiratório (VSR) (FACULTY…, 2004) . Um estudo realizado em Pelotas (RS) salienta que as crianças não amamentadas nos primeiros 3 meses de vida tiveram chance 61 vezes maior de hospitalização por pneumonia do que as crianças amamentadas exclusivamente (GARTNER et al., 2005) .Redução de alergias, da obesidade, diminuição do risco de hipertensão, colesterol alto e diabetes (U.S. PREVENTIVE…, 2003) . E Efeito positivo no desenvolvimento intelectual Para a mãe: Involução uterina mais rápida e redução na hemorragia uterina pós-parto, devido à liberação de ocitocina (SCOTTISH…, 2006). Perda mais rápida do peso acumulado na gestação, auxílio no aumento do intervalo entre as gestações (PINTO, 2007). Benefício relativo aos aspectos econômicos, uma vez que o leite materno não tem custos (WHO, 2007). Praticidade, pois o leite materno está sempre pronto para ser consumido. Diminuição do risco de câncer de mama e ovário. Porém em alguns raros casos a mãe é contra indicada a amentar citarei alguns a diante: Mães infectadas pelo HIV, mães infectadas pelo HTLV1 e HTLV2 (vírus linfotrópico humano de linfócitos T). E uso de medicamentos incompatíveis com a amamentação.
No próximo artigo continuaremos este assunto com alimentação complementar.