Ouvi uma história há alguns dias sobre um casal que foi comer um cachorro quente. Eles pediram o cachorro quente e se sentaram para conversar. Minutos depois que o cachorro quente chegou, passou um cachorro de rua bem magro pela mesa deles. A mulher, tentando fazer com que o homem não percebesse, disse que havia perdido a fome e guardou o cachorro quente, quase intacto com ela. O homem, desconfiado, perguntou qual seria o problema, se há poucos minutos atrás ela estava com tanta fome. E ela dizia que não era nada. Quando ele terminou de comer, eles entraram no carro e foram dirigindo embora. Logo na outra quadra, ela pediu para que ele parasse o carro. Ele encostou e olhou para a calçada. Lá estava o cachorro de rua, bem magro, mas, ao lado dele estava o seu dono: um mendigo, também magro e faminto. Nessa hora, o homem, conhecendo a mulher, disse para ela que se ela fosse dar o cachorro quente, que fosse para o mendigo. E ela disse que não, que ela daria para o cachorro! Assim, iniciou-se uma briga dentro do carro, e o homem não a permitiu que saísse para fazer essa loucura. Foram embora aos berros.
Dá pra imaginar que o ser humano, em pleno século XXI escolheria um animal ao invés de outro ser humano? Bom, acho que você já conhece a resposta para a minha indagação.
O Brasil é o terceiro país no mundo em número de animais domésticos, com 149,6 milhões de animais. Já existe, inclusive, um movimento conhecido hoje como “pet parenting” – ou parentalidade de animais de estimação -, que é um movimento de adoção “consciente e responsável” de animais de estimação. Mais e mais casais estão abrindo mão de serem pais de gente, para serem pais de animais! Há, pelo menos 20 ou 30 anos atrás, isso seria considerado um completo absurdo!
Wlaumir Souza, um psicólogo psicanalista explica que o fenômeno pet parenting está se tornando cada vez mais comum por alguns fatores: a mudança do modelo familiar, um maior isolamento humano diante da incapacidade de comunicação e diálogo, e o fato de que animais não respondem, não questionam, são fieis aos seus donos, e, portanto, mais fáceis no convívio.
Parece loucura, eu sei. Mas aquela mulher da história inicial, estava a ponto de sair do carro, dar seu cachorro quente intacto para o cachorro diante dos olhos do mendigo ao lado igualmente faminto.
Essa história me pegou de tal forma que me fez pensar na Bíblia, nos ensinamentos do Criador e no que Deus pensaria desse comportamento que tem se disseminado tanto nos nossos dias. A Palavra de Deus, lá nos 10 mandamentos, nos ensina a amar o próximo como a nós mesmos. Jesus veio ao mundo e morreu por PESSOAS, por seres humanos como eu e você. Deus amou o MUNDO, as pessoas que nele habitam. Quem não ama o seu irmão não é nascido de Deus e nem conhece a Deus. “Mas, acima de tudo, tende ardente amor uns para com os outros; porque o amor cobrirá multidão de pecados”. (1 Pedro 4:8). E eu ainda citaria centenas de outros versos. A Bíblia é sobre pessoas. O amor de Deus é sobre pessoas. A salvação é sobre pessoas.
Infelizmente, estamos caindo no erro de preferir a facilidade do convívio, estamos preferindo suprir a nossa vaidade, preferimos viver dos nossos caprichos e egoísmos. Não há lugar para quem possa questionar, para quem tenhamos que nos doar, ou que tenhamos que criar. Não há lugar para cuidar do outro, para cuidar das crianças, dos idosos e dos moradores de rua. Mas há centenas ou milhares de ONGs que se descabelam para conseguirem fundos para tirar um gato ou um cachorro da rua, do frio, da chuva. Inversão completa de valores.
Pra finalizar, a autora do texto é uma eterna apaixonada por animais, porém totalmente convencida de que o que Deus espera de nós é que amemos as pessoas como Deus amou o mundo.