“E um deles, vendo que estava são, voltou glorificando a Deus em alta voz.E caiu aos seus pés, com o rosto em terra, dando-lhe graças; e este era samaritano. E, respondendo Jesus, disse: Não foram dez os limpos? E onde estão os nove?” (Lucas 17:15-17)
- “GRATIDÃO TEÓRICA
A gratidão teórica corresponde a todas as situações em que utilizamos a palavra sem “mergulhar” verdadeiramente no sentimento. Até podemos reconhecer, por instantes, que aquele foi um momento positivo, podemos nos sentir felizes, MAS isso não significa que estejamos capazes de o valorizar na medida certa.”
- “GRATIDÃO PASSIVA
A gratidão passiva acontece em momentos pontuais e normalmente intensos, como a concretização de uma promoção profissional, o início de um relacionamento amoroso, o nascimento de um filho ou a passagem num exame para o qual nos esforçamos muito. Neste caso, há sempre emoções positivas, há muita atenção ao momento presente, há o reconhecimento do esforço necessário para atingir aquele objetivo e também costumam existir planos concretos para o futuro. Nestes momentos, sentimo-nos genuinamente gratos e isso promove o nosso bem-estar.
O problema é que estes são momentos que acontecem de forma esporádica, pelo que o sentimento (e a respetiva sensação de bem-estar) tende a dissipar-se muito rapidamente.”
- “GRATIDÃO ATIVA
A gratidão ativa implica que nos esforcemos DIARIAMENTE para encontrar motivos pelos quais possamos a nos sentir gratos. Implica que prestemos genuinamente atenção ao momento presente e que reconheçamos o valor dos gestos, das pessoas e das relações que fazem parte da nossa vida – por oposição a dá-los como garantidos. Claro que isso requer prática e disciplina.”
Quando recebemos uma bênção de Deus, como a chegada de um filho amado, experimentamos a gratidão PASSIVA, porém, quando pais que passaram muitos e muitos anos desejando seus filhos, orando e regando essas orações com lágrimas, experimentam a chegada desses filhos com a gratidão ATIVA. Todos os dias, ao olhar os olhinhos dos seus filhos, eles lembram de tudo o que passaram e encontram, dessa maneira, motivos para agradecer a Deus.
Percebe a diferença? Costumamos dar muito mais valor àquilo que foi muito mais penoso de se receber. Porém, será que todos os filhos, sejam eles vindos num susto, sejam eles demorados, não são todos bênçãos divinas? Não são todos um sonho tornado em realidade? A família constituída por Deus, seu casamento, sua casa, seu trabalho, os obstáculos ultrapassados e aqueles que ainda estamos buscando ultrapassar, não são todos uma grande bênção de Deus? O ano tendo sido difícil ou tendo sido vivido de glória em glória também não foi uma benção alcançada? Você chegou até esse dia! Vou ainda mais fundo: o fato de você ter acordado essa manhã não é um incrível, maravilhoso tal qual um presente diário recebido das próprias mãos do Criador? Por que, então, que não experimentamos a gratidão ativa a cada momento do nosso dia, com as crianças gritando, chorando, com os obstáculos no caminho, com louça para lavar, com a casa inteira para limpar, com provas para fazer, com o cansaço de cada dia? Tudo é benção. Tudo é uma dádiva de Deus. Tudo é graça.
Ao olhar para o texto em destaque no início desse artigo, um texto que já ouvimos tantas vezes sendo pregado, vemos Jesus, na sua doce e bondosa graça, curando dez homens desgraçados, mas apenas um volta para agradecer. E, pasme você, um samaritano! Um homem que não tinha valor pela sua linhagem. Um homem que era desprezado pelos judeus. Quantas e quantas vezes alguém que nem mesmo conhece a Deus é muito mais grato do que nós, filhos e filhas?
Nesse artigo cabe um livro inteiro, mas, por hora, quero deixar algumas perguntas para você que me lê: Como tem sido a sua gratidão todos os dias desse ano? Você tem sido grata teoricamente, passivamente ou ativamente? Como Deus espera que sejamos gratos pela sua bondosa graça para conosco?