Sou professora de inglês numa escola que vai do maternal ao nono ano, e estamos em reta final! Fechando diários, fechando notas, fazendo festinhas de despedida, culto de ação de graças, coral de Natal. Nessa hora em que escrevo, estou na minha última semana antes das férias de fim de ano.
Há três semanas, já vejo os professores cantando num tom diferente. Parecem pássaros acordando em manhã de primavera (e nem é exagero). O ano inteiro se passou. Muitas foram as lutas, muitos foram os desafios, inúmeros os aprendizados. E cá estamos, na última semana de aula.
Sempre que encontro com algum colega professor nos corredores, os sorrisos estão cada vez mais largos, os ombros mais relaxados, a feição muito mais leve. “Está acabando!”, é o que mais ouço. Sim, e é verdade!
Para muitos, o fim de ano é um período difícil. Nunca entendi o motivo por trás disso, porque para mim, o fim de ano, a abertura para o novo é tão inspirador! Eu simplesmente amo quando as luzes coloridas começam a enfeitar as lojas e as casas pela cidade. Eu amo o cheiro de esperança que surge no ar. Essa ideia de fechar um ciclo para que outros se abram, por mais teórica que possa ser, enche meu coração de renovo, de esperança e de alegria!
Entretanto, por vezes, só conseguimos notar o que é esporádico, o que brilha. O que é transitório e repetitivo, passa a ser entediante e massivo. É como se ansiássemos sempre pela sexta-feira, pelo sábado e pelo domingo. É como se vivêssemos em prol das férias e dos feriados prolongados. É como se o dia a dia não tivesse cor, nem sabor.
Pensando nisso, lembro-me do texto de Salmos que nos diz assim: “Este é o dia que o Senhor fez; nele nos alegraremos e exultaremos.” (Salmos 118:24 – NVT) Claramente, através do texto em destaque, Deus deseja que nos alegremos todos os dias, ainda que sejam segundas-feiras, porque ELE PRÓPRIO fez esse dia para cada um de nós.
Sempre que eu via um professor alegre pelos corredores, ou que eu mesma me pegava sonhando com os dias em que não precisarei acordar cedo, começava a me questionar sobre o resto dos dias do ano – todos os outros dias “letivos” onde não há férias, feriados
ou fins de semana. São eles menos importante? São eles um grande “nada”?
Sabe, querida, enquanto estamos desejando as férias e o final de semana, a vida está acontecendo bem diante dos nossos olhos. É uma criança que conseguiu amarrar os cadarços pela primeira vez; é um almoço inesperado com um familiar ou amigo querido; é um abraço ou um consolo num dia ruim; é assistir despretensiosamente a televisão quando tudo está mais calmo à noite; é um dia atarefado no trabalho; é a conquista de uma promoção, ou a conquista de não ter alterado a voz quando você foi provocada. A vida está aí, nos acontecimentos diários. E quão chata ela seria se vivêssemos apenas das férias, dos feriados e dos finais de semana! É como um doce, uma sobremesa. Não vivemos apenas de sobremesas. Nosso corpo adoeceria, não teríamos ao menos forças para nos levantar. Mas, comer uma bela sobremesa de vez em quando, esperar um dia especial para tomar um sorvete ou ir a um agradável restaurante, é o que faz esses momentos serem bons!
Portanto, hoje, e todos os dias do ano, viva como se você realmente esperasse coisas boas das segundas-feiras, porque sempre há algo bom em todos os dias. E em todos os dias, existe Deus, existe o Consolador, existe o Melhor Amigo. Este é o dia em que nos fez o Senhor; ALEGRE-SE, MULHER!