Jovens idosos

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp

Minha mãe passou alguns dias aqui em casa. Estávamos lembrando e falando sobre o passado, sobre quando eu era criança, sobre quando o meu pai iniciou o ministério, sobre quando eu comecei a namorar com o Pedro… e percebemos que a idade que ela tinha lá trás, quando meu pai iniciou o ministério pastoral, por exemplo, eu já tive! E que a idade que o meu marido tem agora, a minha mãe tinha quando eu o conheci! Quase não acreditei em como a vida passa rápido e em como antes eu via a minha mãe como mais velha e como hoje eu acho que sou nova (risos).

Para contextualizar, eu tenho 36 anos hoje, e meu marido tem 41. Minha mãe é bem nova. Casamos com a mesma idade, praticamente. Hoje, ela tem quase 61 anos, e esse ano eu completo 15 anos de casada e mais 2 de namoro. Ufa! Quanta conta!

Enfim, é interessante como as gerações mais jovens do que a nossa sempre nos veem como maduras, vividas, experientes. Assim como eu via minha mãe (achando que ela sempre teve 60 anos), os mais novos – como os meus filhos – me veem, nos veem.

Na epístola de Paulo a Tito, no capítulo 2, versos de 3 a 5, o apóstolo Paulo ensina o jovem Tito a como devem ser as pessoas que professam a Cristo em sua igreja; especificamente nesse texto, as senhoras “idosas”. No tempo de Jesus, no Império Romano, poucos eram os que chegavam aos 40 anos de idade, ou então aos 50 ou 60 anos! Dessa forma, vamos pensar agora em quem eram as senhoras ditas “idosas”.

“Quanto às mulheres idosas, semelhantemente, que sejam sérias em seu proceder, não caluniadoras, não escravizadas a muito vinho; sejam mestras do bem, a fim de instruírem as jovens recém-casadas a amarem ao marido e aos seus filhos, a serem sensatas, honestas, boas donas de casa, bondosas, sujeitas ao marido, para que a Palavra de Deus não seja difamada.”

E quantos anos será que tinham as “jovens recém-casadas”? Entre 14 e 16 anos. Ao contrário do que sempre pensamos ao ler esse texto conhecido da Palavra de Deus, nós, mulheres “jovens” do século XXI, somos as “idosas” que Paulo diz a Tito para que sejam EXEMPLOS em todo o seu proceder.

A nossa sociedade atual, cada vez mais jovem e mais jovem, nega tudo o que se diz “velho”, e também se recusa a ser exemplo, a ensinar, a ser um espelho para a nova geração. Estamos querendo ser jovens, nada desse papo de “velhice”. Queremos estar cada dia com a pele mais repuxada (sem rugas, por favor!), com o corpo mais modelado e sem gordurinhas, e queremos viver a vida pensando apenas em nós mesmas, cabelo, unhas e maquiagem em dia. Queremos ser felizes, porque a vida é curta. Se esse marido não serve, arrume-me outro! Se esse filho me traz problema, deixe que a avó ou que a empregada o crie! Se essa roupa me lembra a minha mãe, me deixe usar uma saia curta ou um decote profundo para que vejam que ainda existe uma bela mulher em mim. Etc.

O que Jesus, Paulo ou Tito pensariam dessa mulher moderna, egocêntrica, vulgar e “jovem”? 

Que tenhamos vestes de santos. Que tenhamos o falar e o proceder daquele que conhece a Jesus e que anda em seus caminhos. Vamos nos lembrar sempre que, apesar de realmente sermos jovens e vivermos muito mais do que nos tempos do apóstolo Paulo, somos chamadas à responsabilidade todos os dias, porque a nova geração depende da nossa geração. Esse texto, não se engane, é justamente para mim e para você.

Rebeca Balaniuc

Rebeca Balaniuc

Graduanda em Letras/Inglês, esposa e mãe de dois filhos. Ex-Jocumeira, Líder do Ministério de Louvor e do Ministério Infantil, sempre auxiliando seu marido, atualmente pastor da Igreja Presbiteriana Central de Marataízes - ES. Escritora por amor e vocação.

Deixe um comentário