“Assim, se alguém te forçar a andar uma milha, vai com ele duas”. (Mateus 5:41)
Você já se sentiu incomodada ao ter que fazer alguma coisa que ia além das suas forças? Já se sentiu irritada em ter que fazer um almoço de última hora para a família, ou em ter que ir até a casa de alguém para ajudá-lo numa tarefa difícil, ou ainda em ter que gastar algumas horas no telefone para aconselhar uma amiga querida? Você já parou e pensou: “Eu estou tão cansada para ter que lidar com isso agora!”? Você já se viu sem forças no final do dia, enquanto ainda precisava fazer a janta da sua família? Tenho certeza de que você provavelmente respondeu “sim” para pelo menos uma dessas perguntas. O que você não gosta de fazer e que te custa tempo, dedicação e paciência, e você precisa fazer por alguém, às vezes, mesmo repetidas vezes?
No Sermão do Monte, Jesus dá alguns ensinamentos poderosos para a vivência diária para pessoas que o escutam. Ele fala sobre diversas situações e sobre como agir em cada uma delas. Ele fala sobre o amor ao próximo, sobre um ressignificado a respeito das leis dadas a Moisés; Ele fala sobre ser diferente.
Como disse o apóstolo João, o amor é demonstrado pelas nossas ações (1 Jo 3:18). O muito falar não se caracteriza como uma expressão verdadeira de amor, mas se fizermos o que está além do nosso conforto pelo bem do nosso próximo, isso significa muito!
Aquilo que está ao nosso alcance de fazer, é fácil. Aquilo que é costume nosso de fazer e também não nos exige esforço, é natural. Mas aquilo que fazemos pelo outro que, de certa forma, nos custa algo, demonstra amor. O valor do esforço distingue-se como amor.
Quantas vezes, nós, mães, estamos esgotadas depois de um longo dia, chegamos em casa e ainda precisamos dar outro banho em nossos filhos (que se sujaram novamente depois do primeiro banho), para que eles não durmam suados, e gastar aqueles últimos minutos de energia para fazer algo por eles? Isso é esforço, isso é cuidado, isso é prova de amor. Quantas vezes, depois de uma malcriação, onde nós já estamos estressadas, precisamos reunir forças para corrigir nossos filhos de maneira sábia e em conformidade com a Bíblia, para que a estultícia não se instale em seu coraçãozinho? Quantas vezes colocamos quem amamos acima dos nossos próprios interesses e conforto? A verdade é que quem não ama, não se importa. Quem não ama, não se esforça.
No texto acima, Jesus está falando sobre algo penoso. Alguém foi forçado a andar uma milha, mas como prova de amor ao próximo, essa pessoa anda duas milhas. E note que o amor que a Bíblia prega não é sentimento! Isso é muito importante. O amor é atitude, é ação. O amor por palavras é traduzido em sentimento, é frágil, é enganoso, é facilmente corrompido e busca nossos próprios interesses. O amor por ação e atitude é uma decisão.
Está faltando amor no nosso mundo. Fala-se muito sobre amor. Amor do avesso, amor ao quadrado, “amor” em todas as cores e formas, mas nós sabemos bem que esse tipo de amor que é falado e pregado pelo mundo não é amor. É luxúria, é egocentrismo, é a busca de prazeres egoístas e pecaminosos. O amor de Deus não é isso. O amor de Deus se prova quando fazemos algo para com o próximo. O amor deve ser demonstrado, construído, intentado. Não pense você que o outro sabe que você o ama, simplesmente porque você é parte da família dele, ou porque você é casada com ele, ou porque um dia você disse que o amava. O amor é muito mais do que isso. O amor é ato propositado.
Vivemos de forma a querer o amor, mas não damos amor. Andar mais uma milha é plantar hoje para um futuro recheado de pessoas ao redor da sua mesa, de boas risadas e palavras agradáveis; é plantar para um futuro de coletivos ao invés de individualismo.
Nunca é tarde para deixar de ser o centro do próprio mundo e permitir as pessoas de entrarem e terem um papel importante na sua vida. Pense nisso. Plante para o futuro.