Penso, logo existo

Penso, logo existo, é uma frase do filósofo francês René Descartes, do seu livro Discurso do Método, de 1637. Para esse pensador, ter a habilidade de pensar, discordar, duvidar, arrazoar, é a prova cabal de que existimos de fato.

A Palavra de Deus, no livro de Salmos capítulo 32, verso 8-9 diz: “Instruir-te-ei e te guiarei no caminho a seguir; os meus olhos estarão sobre ti para aconselhar-te. Não sejais como o cavalo ou a mula, que não possuem compreensão, mas precisam ser controlados com o uso de freios e rédeas, caso contrário não poderiam obedecer.”. É interessante que Deus nos chama a atenção para nos mostrar que nós somos, verdadeiramente, seres pensantes! Tudo o que Deus faz tem um propósito claro, e o ser humano foi feito, além de muitas outras coisas, para raciocinar!

O mundo já se tornou completamente globalizado. Podemos aprender qualquer coisa que quisermos com alguns cliques no celular ou no computador. Existem milhares de pessoas ensinando milhares de coisas diferentes, na internet. E, também, somos levados a pensar de determinada maneira ou de outra por conta de influenciadores, podcasts, porque o fato é que todo mundo está dando a sua opinião sobre algum assunto a cada milésimo de segundo do dia. Estamos num atoleiro de pensamentos e opiniões, e muitas vezes vamos indo com a maré, repetindo roboticamente o que outra pessoa disse.

Essa semana, vi um humorista que gravou um vídeo falando sobre o preço dos tomates e dos pepinos com uma linda música de fundo. E ele disse: “Tá vendo? Qualquer bobagem que eu disser com essa música tocando, vai parecer sábio e bonito.”. E é verdade! Se nós não usarmos o nosso cérebro que Deus nos deu para examinar o que nos é oferecido, para questionar, nós beberemos de qualquer fonte, comeremos qualquer banquete que nos for exposto, seja ele doce ou amargo, saudável ou podre.

Em Romanos, capítulo 12, verso 2, lemos: “E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” Como podemos nos transformar se não houver entendimento, se não houver questionamento, se não houver inteligência? É exatamente renovando a nossa mente que nos transformamos, segundo o apóstolo Paulo.

Eu morei um tempo, pouco antes de me casar, na casa dos meus avós paternos. Na parede do meu quarto, meu avô colou o seguinte texto: “Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.” (Filipenses 4:8). Lembro-me como se estivesse vendo agora na minha frente. Era uma folha de papel ofício comum, cortada ao meio e escrita em caneta, na linda letra do meu avô. No auge dos meus 19, 20 anos, eu não precisei abrir a minha boca para eles já saberem de antemão que uma adolescente ou jovem precisava vigiar os pensamentos a todo o tempo. Todas as vezes em que eu entrava no quarto, eu lia aquele versículo e refletia sobre ele. 

Diariamente, enquanto vierem os conflitos, a ideias erradas, as dúvidas, os desejos, as vontades incontroladas, ou uma nova filosofia de vida que surgir por aí, pare e pense, antes. Como Descartes, lembre-se que você EXISTE e que tudo o que você precisa fazer é questionar o que te é oferecido em forma de palavras bonitas e textos bem construídos. Os nossos pensamentos são uma maravilhosa fonte de transformação para a nossa vida. Basta usá-los sabiamente à luz da Palavra de Deus.