Toca pra frente!

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Eu estava fazendo compras de verduras e legumes numa quitandinha perto da minha casa, quando uma cena me chamou a atenção. Um senhor de idade, já com os cabelos bem brancos, estava no caixa conversando com a atendente. Ele perguntou para ela como estava sua vida, e ela soltou um suspiro e uma pequena reclamação, como todos nós fazemos: “É. Tá indo.”, “Matando um leão por dia…”, e etc. A resposta desse senhor, foi o que prendeu minha atenção. De maneira simples, simpática e corriqueira ele soltou um: “Vamos tocar pra frente!”.

Lembrei-me rapidamente do imperativo de Deus a Moisés quando, o povo, diante do mar vermelho, olha para trás e vê Faraó e todo o seu exército e cavalaria quase os alcançando. Eles temeram muito e clamaram a Deus (com razão!), e reclamaram e murmuraram contra Deus e contra Moisés (sem razão). A Palavra de Deus foi esta, encontrada em Êxodo 14:15: 

Então disse o Senhor a Moisés: Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem.” 

Você pode imaginar o que eles podem ter pensado? “Marchar? Como, Senhor? Existe um mar diante de mim e Faraó atrás! Para onde vou?”. Você consegue entender o medo, a pressão, o desespero e a angústia que tomou conta daquele imenso povo dirigido por Moisés? Tremeram suas pernas e mãos? Suas gargantas ficaram secas? Seus filhos choravam? Muitos já desistiram em seus corações? Não sei… mas pode ser que você esteja exatamente assim. Sentindo-se amarrada, presa, sem saída.

Como se tornou comum lidarmos com ansiedade, depressão e pânico nos nossos dias atuais! Não que essas doenças não se faziam presentes antigamente, mas hoje estão muito mais em evidência. Se você não conhece nenhuma pessoa em algum desses cárceres mentais, provavelmente é você mesma quem está passando por algum deles. Eu já enfrentei todos eles e posso te afirmar que sei como é se ver dentro de um cárcere onde não enxergamos nenhuma solução. Não dá pra avançar, não dá pra recuar, porém, dentro de nós um voz ordena: “Marche! Continue em frente! Siga!”.

Em vez de se prender ao problema que suga todas as suas forças e olhar para trás, como o povo de Israel, murmurando e perguntando a Moisés por que ele os fez sair do Egito, olhe para frente, continue vivendo, continue pagando as contas, continue trabalhando, continue estudando, continue indo à Igreja, simplesmente continue. “Toca pra frente!”.

Acho interessante como os problemas só nos fazem querer desistir. Não conseguimos enxergar uma saída, e então, nos trancamos dentro de nós mesmos, construímos um casulo ao redor da nossa vida, reclamamos e murmuramos e decidimos estacionar. Não! O mundo não para pra você descer. Seus filhos nem retrocedem no tempo, e nem ficam “pausados” enquanto você junta os seus cacos. Seu casamento, sua empresa, seu patrão, o tempo, simplesmente, não para.

Enquanto a vida acontece você vai caminhando, e vai juntando os cacos no chão enquanto continua vivendo. E eu até me sinto impelida a falar para você a famosa frase: “Se não conseguir correr, ande. Se não conseguir andar, rasteje. O importante é não parar.”; porém, ao contrário, me sinto encorajada, pela Palavra de Deus, a te dizer: “MARCHE!”. Não rasteje, não ande, não corra, mas MARCHE sob a ordem e o comando do seu Capitão! Jesus Cristo não é um deus no meio de tantos “deuses” que o mundo diz ter. Jesus Cristo é o único Deus verdadeiro! E se você crê n’Ele, você sabe que Ele pode todas as coisas! Nada é impossível para Ele. Deixe Ele trabalhar por e em você, e continue marchando. Não digo que será fácil, mas como aquele senhor, em toda a sua simplicidade, te convido a “tocar pra frente” independente do seu problema ou do cárcere que você está enfrentando. O futuro a Deus pertence. Apenas marche e faça a sua parte.

Rebeca Balaniuc

Rebeca Balaniuc

Graduanda em Letras/Inglês, esposa e mãe de dois filhos. Ex-Jocumeira, Líder do Ministério de Louvor e do Ministério Infantil, sempre auxiliando seu marido, atualmente pastor da Igreja Presbiteriana Central de Marataízes - ES. Escritora por amor e vocação.

This Post Has One Comment

  1. Avatar
    Márcia

    Muito bom texto!
    Parabéns, Rebeca!

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