A sensualidade que habita em nós

“E, passando eu junto de ti, vi-te, e eis que o teu tempo era tempo de amores; e estendi sobre ti a aba do meu manto, e cobri a tua nudez; e dei-te juramento, e entrei em aliança contigo, diz o Senhor DEUS, e tu ficaste sendo minha.
Então te lavei com água, e te enxuguei do teu sangue, e te ungi com óleo.
E te vesti com roupas bordadas, e te calcei com pele de texugo, e te cingi com linho fino, e te cobri de seda.
E te enfeitei com adornos, e te pus braceletes nas mãos e um colar ao redor do teu pescoço.
E te pus um pendente na testa, e brincos nas orelhas, e uma coroa de glória na cabeça.
E assim foste ornada de ouro e prata, e o teu vestido foi de linho fino, e de seda e de bordados; nutriste-te de flor de farinha, e mel e azeite; e foste formosa em extremo, e foste próspera, até chegares a realeza.
E correu de ti a tua fama entre os gentios, por causa da tua formosura, pois era perfeita, por causa da minha glória que eu pusera em ti, diz o Senhor DEUS.
Mas confiaste na tua formosura, e te corrompeste por causa da tua fama, e prostituías-te a todo o que passava, para seres dele.”
(Ezequiel 16:8-15)

Uau! Que texto poderoso e impressionante! Deus está falando sobre Israel como sua noiva, como sua amada. Nós, Igreja do Senhor, somos essa noiva amada do nosso Noivo. E como uma mulher amada, o nosso Senhor nos adorna com enfeites, com vestido de linho fino, e de seda e de bordados.

Quando vejo como o Senhor fala de sua amada Igreja, penso na MULHER. É assim que somos e que gostamos de nos sentir: lindas, adornadas, cheirosas, com belos vestidos… E é assim que Deus deseja nos tratar. Porém… ah, existe um “porém”! Como seres humanos, caídos pelo pecado que habita em nós, abraçamos toda essa beleza que faz de nós mulheres, e a decompomos, e a tornamos SENSUALIDADE.

Olhando as muitas mulheres famosas e lindas na Internet, nos inspiramos em um determinado corte de cabelo, numa roupa, numa silhueta ansiada. Entretanto, com raríssimas exceções, cada uma das fotos que vemos, nos mostram mulheres sensualizadas. Parece mesmo que a beleza das mulheres se dá na sua sensualidade, no desejo que ela desperta. Como uma mercadoria cara sendo vendida à preço irrisório, é a bela mulher que deseja ser vista, desejada, cobiçada.

Nossa sensualidade é legítima, mas é apenas do nosso marido, num leito sem mácula, onde um deseja e admira apenas o outro. A sensualidade da internet que nos trata como mercadoria barata, tira de nós o valor eterno de glória que possuímos, que Deus colocou em nós.

A mulher, feita e desenhada por Deus desde o princípio, é bela, torneada, dona de curvas, com a voz aveludada, com cabelos que emolduram a face, preparadas para a beleza. Mas se vivermos apenas da nossa estética, como prega o príncipe deste mundo caído, cairemos no erro asqueroso da banalização do corpo da mulher, através dessa sensualidade barata.

O apóstolo Pedro nos adverte na sua primeira carta, capítulo 3, dos versos 3 a 7: 

“Não seja o adorno da esposa o que é exterior, como frisado de cabelos, adereços de ouro, aparato de vestuário; seja, porém, o homem interior do coração, unido ao incorruptível trajo de um espírito manso e tranquilo, que é de grande valor diante de Deus.”

Que belo versículo muitas vezes usado de maneira errônea. Deus não quer tirar de nós os adornos exteriores. Pelo contrário, eles devem ser usados com graça e decência. Contudo, desde quando Deus fala ao profeta Samuel ao escolher o próximo rei de Israel (“”Não considere sua aparência nem sua altura, pois eu o rejeitei. O Senhor não vê como o homem: o homem vê a aparência, mas o Senhor vê o coração”), Deus sempre olhou para o nosso coração. Um coração zeloso, amável, compassivo, justo, moderado, de espírito manso e tranquilo. Que essas sejam as características que realmente possam nos adornar. E que a beleza exterior seja cara, caríssima, como se deve às mulheres honradas.