A infertilidade feminina é definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a incapacidade de engravidar após 12 meses de relações sexuais regulares sem contracepção. Afeta cerca de 10-15% dos casais em idade reprodutiva e pode ter diversas causas médicas e fatores ambientais.
Geralmente as mulheres acham que é fácil engravidar e que podem programar a data da gestação, ao passar por um ano de “tentante” sem sucesso chegam ao consultório muito frustradas e preocupadas, a infertilidade pode representar um desafio emocional e espiritual, exigindo uma abordagem equilibrada entre ciência e fé.
A infertilidade pode ser uma das experiências mais desafiadoras na vida de uma mulher cristã. Além dos impactos físicos e emocionais, há também questões espirituais e éticas envolvidas.
Algumas causas mais comuns de infertilidade:
- Distúrbios Hormonais: Alterações hormonais podem interferir na ovulação e na receptividade endometrial.
- Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) – Causa ovulação irregular ou anovulação, devido ao excesso de andrógenos.
- Insuficiência Ovariana Prematura (IOP) – Cessação precoce da função ovariana antes dos 40 anos.
- Distúrbios da tireoide (hipotireoidismo/hipertireoidismo) – Afetam a ovulação e a implantação do embrião.
- Hiperprolactinemia – Excesso de prolactina pode inibir a ovulação.
- Fatores Estruturais: Problemas anatômicos no útero ou trompas podem impedir a concepção.
2.1) Obstrução tubária – Causada por infecções (ex.: clamídia, gonorreia) ou endometriose, impedindo o encontro do óvulo com o espermatozoide.
2.2) Endometriose – Crescimento anormal do endométrio fora do útero, causando inflamação e aderências.
2.3) Miomas uterinos – Tumores benignos que podem dificultar a implantação do embrião.
2.4) Sinéquias uterinas (Síndrome de Asherman) – Cicatrizes no útero, geralmente após curetagens.
- Fatores Genéticos: Algumas anormalidades cromossômicas podem comprometer a fertilidade.
3.1) Síndrome de Turner (45,X) – Mulheres com essa condição apresentam ovários disfuncionais.
3.2) Translocações cromossômicas – Podem causar abortos de repetição.
O diagnóstico da Infertilidade Feminina geralmente é feito pelo ginecologista que acompanha a mulher e que a encaminha para o especialista em reprodução humana.
Os principais exames para o diagnóstico de infertilidade são:
- Dosagem hormonal – Avaliação de FSH, LH, estradiol, prolactina, TSH e AMH para verificar a reserva ovariana.
- Ultrassonografia transvaginal – Avaliação da morfologia uterina e dos ovários.
- Histerossalpingografia – Exame para verificar a permeabilidade das trompas.
- Laparoscopia – Método cirúrgico para investigar endometriose ou aderências pélvicas.
- Biópsia endometrial – Avaliação da receptividade uterina.
Cada caso de Infertilidade deve ser avaliado individualmente para se instalar o melhor tratamento e conduta. A abordagem terapêutica depende da causa da infertilidade e pode incluir:
- Tratamentos Farmacológicos (Indutores da ovulação, Gonadotrofinas ou Metformina). Ressalto a importância de não usar nenhum medicamento sem orientação médica, pois pode gerar problemas sérios para a vida reprodutiva da mulher.
- Técnicas de Reprodução Assistida (Inseminação Intrauterina (IIU), Fertilização in vitro (FIV) ou Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoide (ICSI). Questões Éticas e Bioéticas na Reprodução Assistida para Cristãos incluem a reprodução assistida especialmente em relação à FIV e descarte de embriões. Adoção de embriões congelados, ajudando casais que já passaram pelo processo de FIV e não utilizaram todos os embriões.
- Tratamentos Cirúrgicos (Cirurgia para endometriose, Miomectomia, Correção de anomalias uterinas ou Reversão de laqueadura).
A Perspectiva Espiritual da Infertilidade e a Mulher Cristã pode gerar sentimento de frustração, culpa e questionamento da fé. No entanto, a Bíblia oferece várias histórias de mulheres que enfrentaram desafios semelhantes:
- Sara (Gênesis 21:1-2) – Esperou décadas para ter Isaque.
- Ana (1 Samuel 1:10-20) – Orava com fervor e foi atendida por Deus.
- Isabel (Lucas 1:7-13) – Já idosa, concebeu João Batista.
Essas histórias não garantem que todas as mulheres inférteis terão filhos biológicos, mas demonstram que Deus tem um plano único para cada uma. No entanto, é importante que a fé caminhe junto com o conhecimento médico.
Podemos identificar algumas opções cristãs para a Maternidade:
- Adoção pode ser uma alternativa amorosa e significativa. Uma forma de expressar amor maternal e cumprir o propósito divino.
- Ministério com crianças – Muitas mulheres encontram significado ao ajudar outras crianças em sua comunidade.
- Aceitação e ressignificação do propósito – A maternidade biológica não define o valor de uma mulher diante de Deus.
Cada casal deve refletir, orar e buscar uma resposta através da orientação do Espírito Santo ou aconselhamento pastoral para tomar decisões alinhadas com sua fé e valores. Para a mulher cristã, é essencial equilibrar a fé com a medicina, compreendendo que Deus pode atuar de diferentes formas – seja através da cura, da medicina ou de novos propósitos de vida. O apoio emocional, espiritual e médico é fundamental para lidar com essa jornada de forma saudável e esperançosa.