Imagine que você está na estrada indo para o trabalho que fica há 20 minutos da sua casa. Você ainda tem tempo, não está atrasada. Porém, como em todos os dias, prefere pegar o caminho mais rápido, já que dessa forma você não passaria tanto tempo no trânsito. O caminho mais rápido é uma rodovia com muitos carros, fumaça, buzinas, correria, stress. Não tem uma paisagem muito atraente. Na verdade, é uma paisagem plana, sem muitas árvores. Apenas uma aqui e outra ali. Todos estão frenéticos nesse caminho, cada um querendo chegar primeiro do que o outro no seu lugar de destino, ainda que de qualquer forma, todos inevitavelmente chegarão. Os músculos do seu pescoço e ombros sempre ficam tensos ao pegar esse caminho, mas você não percebe, porque só quer chegar ao destino.
Entretanto, há um outro caminho. Um caminho mais longo. Cheio de curvas, subidas e descidas. Não é plano e quase não tem carros. Nesse caminho, ao invés de passar pela rodovia, você passa por dentro de bairros com casas lindíssimas com seus canteiros e jardins bem regados, com muitas árvores e sombras. As fachadas das casas são distintas e, você pode, ao mesmo tempo em que faz uma suave curva, observá-las e respirar o ar mais puro de um trânsito sem tanta fumaça. Nesse caminho não há correrias ou buzinas. Nesse caminho, ao invés de levar 20 minutos para chegar ao seu destino, você levará 30 minutos. Dez minutos a mais! Mas pensa na gasolina extra que você gastaria. Gasolina está caro. O carro, com o tempo, também ficaria mais gasto, porque você estará rodando mais com ele. Fatalmente você precisará acordar mais cedo se quiser pegar esse caminho e começar a sua rotina alguns minutos antes. Aqueles 5 minutinhos na cama não vai rolar. E aí? Qual caminho você escolheria?
Posso não saber qual caminho você pegaria, mas eu sei qual caminho Deus prefere. Ele sempre prefere o caminho mais longo, aquele mais bonito e mais cheio de detalhes. Um caminho mais seguro, com pastos verdejantes, muitas árvores onde você pode descansar seus ombros tensionados. Sei disso por várias passagens bíblicas. Uma delas, que me vem à mente ao pensar nessa exemplificação acima é a história de José do Egito. Quando ele era novo, o mais novo de seus irmãos, Deus começou a dar sonhos para ele de como seria o seu futuro (Gênesis 37:5-11). Um futuro sempre de superioridade em relação a seus irmãos. Sonhos bem instigadores, quando contados à eles. Um feixe de trigo que se levantava e todos os outros se curvavam a ele? O sol, a lua e onze estrelas que se curvavam diante de José? Todas as vezes em que José sonhava e contava seus sonhos à sua família, seus irmãos o odiavam cada vez mais. Cada um de seus sonhos eram verdade. Aconteceriam. Deus não mente, não engana. Porém, até que tudo pudesse acontecer da forma como Deus disse, passaram-se, aproximadamente, 17 anos! E entre esses anos, abandono de seus irmãos, perigo de morte, solidão, encarceramento, difamação, sofrimento. José manteve-se firme e confiante no Senhor, apesar de tudo isso. E, por fim, tornou-se governador de todo o Egito. Ok. Mas onde está o caminho de flores, pastos verdejantes e sombras frescas de árvores que eu descrevi acima? Certamente na certeza de que Deus estaria com ele por todos os momentos de sua vida. O Consolo não se apartaria de sua vida e as promessas de um Deus que jamais mente, certamente aconteceriam.
José esperou 17 anos nesse caminho mais longo, Jacó esperou 14 anos, Abraão esperou 25 anos, Moisés esperou 40 anos, Josué e Calebe esperaram 45 anos, Noé esperou 120 anos, … E você? Quanto tempo tem esperado pelas promessas do Senhor? Quer um conselho? Enquanto espera, aproveite o caminho, sinta a brisa no seu rosto, confie em Deus. Ele estará lá com você e segurará na sua mão. A promessa chegará, apenas descanse.
