Os direitos das mulheres no mercado de trabalho: Conquistas e desafios

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A luta pela igualdade de gênero no mercado de trabalho é uma questão central para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e inclusiva. Apesar de avanços significativos nas últimas décadas, as mulheres ainda enfrentam desafios que limitam o pleno exercício de seus direitos e a igualdade de oportunidades no ambiente profissional.

Garantias Legais no Brasil

No Brasil, a legislação trabalhista garante uma série de direitos às mulheres, que têm como objetivo proteger suas especificidades e promover a igualdade de condições no mercado de trabalho. Entre os principais direitos assegurados, destacam-se:

1. Igualdade Salarial

A Constituição Federal de 1988 estabelece, em seu artigo 7º, inciso XXX, o princípio da igualdade salarial entre homens e mulheres que desempenham a mesma função. Contudo, na prática, a desigualdade persiste. Segundo o IBGE, mulheres ganham, em média, 22% menos que os homens no Brasil.

2. Licença-Maternidade

A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) garante às mulheres um período de licença-maternidade de 120 dias, podendo ser ampliado para 180 dias em empresas que participam do programa Empresa Cidadã. Durante esse período, a mulher tem estabilidade no emprego.

3. Estabilidade Gestacional

Desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto, a trabalhadora não pode ser demitida sem justa causa. Esse direito tem como objetivo garantir a segurança financeira e emocional da mãe durante e após a gestação.

4. Proteção Contra Assédio

As mulheres têm o direito de trabalhar em ambientes livres de qualquer forma de assédio moral ou sexual. A legislação penal brasileira tipifica o assédio sexual como crime, prevendo pena de detenção de um a dois anos.

5. Direitos em Caso de Discriminação

Empresas que recusam contratar, promovem ou demitem funcionárias com base em gênero podem ser processadas por discriminação. O artigo 373-A da CLT proíbe práticas discriminatórias, como exigir teste de gravidez em processos seletivos.

Desafios Persistentes

Apesar dos direitos assegurados, as mulheres ainda enfrentam barreiras estruturais que dificultam sua plena participação no mercado de trabalho. Entre os principais desafios, estão:

1. Segregação de Gênero

Muitas profissões ainda são culturalmente associadas a homens, limitando as oportunidades para as mulheres em áreas como tecnologia, engenharia e cargos de liderança.

2. Jornada Dupla

A sobrecarga de tarefas domésticas e de cuidado com os filhos recai desproporcionalmente sobre as mulheres, reduzindo o tempo disponível para se dedicar à carreira.

3. Desigualdade de Oportunidades

Mulheres enfrentam mais dificuldades para serem promovidas a cargos de liderança. A presença feminina em posições de chefia ainda é reduzida, e o chamado “teto de vidro” impede muitas de alcançarem o topo de suas carreiras.

4. Disparidade Salarial

Apesar de legislações que garantem igualdade salarial, as diferenças de remuneração persistem, especialmente em setores mais conservadores.

Caminhos para Avançar

Para superar esses desafios, é essencial que as empresas e o governo promovam medidas concretas de inclusão e igualdade de gênero. Algumas ações importantes incluem:

  • Programas de mentorias e treinamentos para incentivar o desenvolvimento profissional de mulheres.
  • Políticas de flexibilidade de trabalho, como home office e jornadas reduzidas, para facilitar a conciliação entre carreira e vida pessoal.
  • Combate ao assédio e à discriminação por meio de campanhas de conscientização e canais de denúncia eficazes.
  • Promoção da paternidade ativa, incentivando licenças parentais para homens, a fim de equilibrar as responsabilidades familiares.

Os direitos das mulheres no mercado de trabalho representam conquistas históricas e são fundamentais para a promoção da igualdade de gênero. No entanto, é necessário ir além das garantias legais e transformar a cultura organizacional e social para eliminar barreiras estruturais. Apenas com esforços conjuntos entre governo, empresas e sociedade civil será possível construir um mercado de trabalho mais igualitário e inclusivo para todos.

Quezia Silva

Quezia Silva

Potiguar, cristã e noiva. Técnica em administração pelo Centro de educação profissional Senador Jessé Pinto Freire (CENEP), atualmente graduanda em Direito pela Universidade Potiguar (UNP) e diretora acadêmica da jovem advocacia da Associação nacional da advocacia criminal no RN (ANACRIM/RN). Apaixonada por direito penal, procuro em minha breve carreira jurídica a busca incessante pela justiça com ética, empatia e dedicação.

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