Qual Mulher não tem medo do câncer?
Qual Mulher não quer uma forma de prevenção dessa temida doença?
Sempre reforço a visita periódica ao ginecologista, mas agora temos uma vacina que pode ser uma grande aliada para essa guerra.
Prevenção de vários tipos de câncer, especialmente câncer cervical (colo do útero), além de alguns tipos de câncer anal, orofaríngeo e genital pode ser conseguido com a conscientização e aplicação da Vacina contra o HPV.
Inicialmente a vacina é recomendada principalmente para adolescentes e jovens adultos, ela é mais eficaz quando administrada antes do início da atividade sexual, mas pode beneficiar indivíduos que já foram sexualmente ativos. No SUS (Sistema Único de Saúde) ela é aplicada de forma gratuita em meninas de 9 a 14 anos e em meninos de 11 a 14 anos. Contudo o índice de vacinação ainda é muito pequeno, não atinge a meta de pelo menos 80% da população elegível para obter uma proteção efetiva e alcançar a imunidade de grupo. Muitas mães temem a vacina e não levam seus filhos às unidades básicas de saúde ou clínicas particulares para vacinação.
As vacinas contra o HPV têm se mostrado seguras e eficazes em muitos estudos. Elas ajudam a prevenir infecções pelos tipos de HPV incluídos na vacina, reduzindo significativamente o risco de câncer cervical e outras doenças associadas ao HPV. Os efeitos colaterais mais comuns são leves e incluem dor no local da aplicação, febre baixa e, ocasionalmente, reações alérgicas. A maioria dos efeitos colaterais desaparecem rapidamente.
Quais os tipos de vacina que existem hoje?
• Vacina Quadrivalente (Gardasil): Protege contra os tipos 6 e 11, que causam a maioria das verrugas genitais, e os tipos 16 e 18, que estão relacionados ao câncer cervical e outros tipos de câncer.
• Vacina Bivalente (Cervarix): Focada nos tipos 16 e 18, que são responsáveis por aproximadamente 70% dos casos de câncer cervical.
• Vacina Nonavalente (Gardasil 9): Protege contra os tipos 6, 11, 16, 18, além de cinco tipos adicionais (31, 33, 45, 52 e 58), cobrindo mais de 90% dos tipos de HPV que causam câncer cervical e outros tipos de câncer relacionados ao HPV.
Ampliar a faixa etária ajuda a alcançar um grupo maior de mulheres que podem se beneficiar da vacinação, especialmente aqueles que não foram vacinadas na idade recomendada inicialmente, hoje já existem em bula a recomendação de aplicação até 45 anos de idade.
O HPV é responsável por quase todos os casos de câncer cervical, um dos tipos de câncer mais comuns entre as mulheres brasileiras (1 mulher morre por hora no Brasil, vítima de câncer de colo do útero – 2º que mais mata mulheres entre 20 e 24 anos). A vacina previne infecções pelos tipos de HPV que causam a maioria desses cânceres, reduzindo a incidência e mortalidade associadas, também pode ser uma estratégia para as mulheres que já tiveram o diagnóstico de detecção do vírus HPV no seu preventivo de rotina, que gera normalmente uma grande avalanche de dúvidas e medos às pacientes, principalmente quando elas resolvem abrir o resultado e pesquisar na internet antes de conversar com seu ginecologista de confiança.
É essencial que os médicos expliquem claramente os benefícios da vacina, abordando possíveis preocupações sobre segurança e eficácia. A implementação ampla e a promoção da vacina são essenciais para maximizar seus benefícios e reduzir a carga das doenças associadas ao HPV.