Uma pesquisa internacional, feita por um site de tecnologia, mostrou que o brasileiro fica, em média, 9 horas por dia navegando na internet, seja em aplicativos de banco, redes sociais, jornais e etc. A verdade é que cada vez mais estamos mais e mais conectados, sempre fazendo algo, sempre “trabalhando”(pobremente) a nossa mente muito além do que deveria. Dessa forma, até pensamos estar mais engajados, ou sendo mais produtivos. O que espanta, é que isso não é verdade. As pessoas estão produzindo menos, e estão ficando com o tempo cada vez mais atolados de todo o tipo de “conhecimento” e entretenimento, não sobrando espaço para se dedicar ao TEMPO LIVRE que gera criação, criatividade, ambiente para surgimento de novas inspirações, ideias e teorias. O ócio, com responsabilidade, é valioso.
Estou no último semestre da faculdade de Inglês, e estudando sobre literatura inglesa, aprendi sobre um grupo de amigos chamados Percy Bysshe Shelley, Lord Byron, Mary Shelley, John William Polidori, e Claire Clairmont, que passavam as férias numa residência, próximos de Genebra, Suíça. Num dia das férias, os amigos estavam presos em casa por causa da tempestade de verão que caía lá fora. Então, Lord Byron sugeriu um passatempo: ele desafiou cada um dos presentes a escrever uma história de terror. Assim, com apenas 18 anos, e numa casa, à luz de velas, durante uma tempestade, Mary Shelley criou Frankenstein. Seu livro se tornou uma grande obra que perdura até os dias de hoje, sendo o primeiro romance de ficção científica da história! Acho essa história fascinante! O que um dia sem internet, sem eletricidade, sem aparelhos eletrônicos e sem Netflix, pode fazer com a criatividade de alguém, e até mesmo com a história da literatura mundial!
Cada dia que passa, nossa capacidade criativa é esmagada pelos memes, pela distração a todo tempo, pela dopamina fácil. E até nisso, a Bíblia nos ensina, se olharmos com atenção. Lembro-me de Jesus, no Sermão do Monte, dando conselhos valiosíssimos e nos ensinando a olhar para a sua criação, para que pudéssemos entender a profundidade de suas palavras: “Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem ceifam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não valeis vós muito mais do que elas? (…) E pelo que haveis de vestir, por que andais ansiosos? Olhai para os lírios do campo, como crescem; não trabalham nem fiam; contudo vos digo que nem mesmo Salomão em toda a sua glória se vestiu como um deles.” (Mateus 6:26, 28, 29).
A criação de Deus nos ensina todos os dias. As flores demoram para desabrocharem, a chuva tem o seu ciclo, e todas as estações estão em perfeita ordem, levando cada uma delas o tempo exato para chegarem. Mas nós, a coroa da criação do Senhor, estamos atarefados, querendo tudo para ontem, vivendo ansiosamente e tratando a nossa criatividade e o descanso, que Deus nos deu, de qualquer maneira, sem sermos bons mordomos de tudo o que somos e temos.
Aprendi há alguns anos que nós somos cocriadores juntos com Deus desse mundo. Uns são musicistas, outros arquitetos, outros sapateiros, outros escritores, e outros pais e mães. Cada um tem o seu dom junto à Criação do Senhor. E cada um de nós temos a responsabilidade de colocar a assinatura do nosso Pai Celeste naquilo que nos foi confiado a criar e fazer. Desligue-se. Como você pode usar o seu tempo livre hoje?