Quando Deus precisa ser o primeiro

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Conheci uma história de uma mãe que perdeu sua filha de 7 anos de idade há pouco mais de um ano. A dor do luto é impossível de mensurar, ainda mais para uma mãe e um pai. A mãe ficou por dias dentro de casa se agarrando às coisas e memórias de sua filha, já seu pai, não conseguiu voltar pra casa durante dias, justamente por não conseguir lidar com uma perda tão terrível.

Pouco tempo depois do pai voltar para casa, eles tiveram, juntos, uma “visão” do que seria sua filha voltando para dizer “Oi”. Eles se agarraram tão forte a essa ideia que ela abriu portas para caminhos mais profundos. A mãe procurou, num centro de espiritismo, por respostas, por mais “contatos” com a filha morta, e “conseguiu”. (Repare que estou escrevendo bastante por meio das aspas que me auxiliam a colocar aqui no texto coisas que eu não acredito, mas que foi dito pela própria mãe).

Desde que as primeiras “aparições” aconteceram, elas começaram a se tornar mais e mais frequentes. A mãe costuma ter “visões” e “experiências” recorrentes da sua filha vindo “deitar em seus braços”, ou da sua filha vindo “conversar” com ela e aparecendo por meio de sonhos e de borboletas.

O primeiro problema disso tudo é que a Bíblia diz que ao homem está ordenado morrer uma só vez – Hebreus 9:27 – (elucidando que ninguém reencarna), e que quando morremos, não ficamos indo de lá para cá, zanzando por aí – Eclesiastes 9:5. Segundo a Palavra de Deus, há dois entendimentos que podemos tirar sobre a vida após a morte. Um, se trata do próprio Jesus falando a Lázaro que ele está dormindo, quando já havia 4 dias morto. – João 11:11 – E a segunda ideia sobre a morte, também vem de Jesus, quando Ele diz ao ladrão da cruz: “Hoje mesmo estarás comigo no Paraíso”. – Lucas 23:43 – As duas vertentes sobre a morte, não nos deixa brechas para crer que a pessoa que se foi pode voltar e interagir conosco na hora que quiser. Mas, sim, eu entendo essa mãe e entendo essa ânsia de se apegar a qualquer traço que a leve de volta à sua filha, o que acaba sendo extremamente prejudicial para ela própria.

Imagine que um dia ela tenha contato com o verdadeiro Evangelho de Cristo, arrependendo-se dos seus erros e pecados e que realmente se converta. O quão difícil seria aceitar que tudo não passou de devaneios da mente, ou coisa pior – o próprio Satanás enganando o coração ferido desses pais? Como cristãos e conhecendo ao Senhor, precisamos nos desapegar de ensinamentos desse mundo que vão contra os princípios encontrados na Palavra de Deus. Mas e quanto esses ensinamentos do mundo caído calam tão forte em nossa alma advindos de dores profundas?

Para isso, lembro-me do Senhor Jesus, certa vez, dizendo aos doze apóstolos: “Quem ama seu pai ou sua mãe mais que a mim não é digno de mim; e quem ama seu filho ou sua filha mais que a mim não é digno de mim.” (Mateus 10:37). Amar mais ao Senhor é deixar que os nossos amados descansem nele. Amar mais ao Senhor é aceitar a sua soberania e buscar nele o consolo.

Insensatez seria dizer tudo isso sem sentir, sem amar, sem procurar, nem que por um segundo, calçar os sapatos da família que usei como exemplo no meu texto. Todos nós, independente de termos perdido algum ente querido ou não, precisamos renunciar aquilo que mais amamos pelo amor ao nosso Senhor, e então chegará a nossa cura.

“Porque Dele, e por meio Dele, e para Ele são todas as coisas. Glória, pois seja a Ele eternamente, amém.” (Romanos 11:36)

Rebeca Balaniuc

Rebeca Balaniuc

Graduanda em Letras/Inglês, esposa e mãe de dois filhos. Ex-Jocumeira, Líder do Ministério de Louvor e do Ministério Infantil, sempre auxiliando seu marido, atualmente pastor da Igreja Presbiteriana Central de Marataízes - ES. Escritora por amor e vocação.

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