Segundo a Pesquisa Nacional em Saúde de 2019, divulgada pelo IBGE, 17,2 milhões de pessoas de 2 anos de idade ou mais possuem algum tipo de deficiência, o que corresponde a 8,4% da população.
Considerando que nossa sociedade e o ambiente em que vivemos foi projetado, pensado e desenvolvido para pessoas sem deficiências, é de se considerar que 8,4% da população enfrentam diariamente enormes dificuldades para exercerem suas atividades e participarem da vida em sociedade.
Quando se fala do mercado de trabalho, o panorama não melhora, e as oportunidades diminuem significativamente quando os candidatos possuem algum tipo de deficiência.
Os motivos vão desde a necessidade de adequação dos locais de trabalho até a falta de mobilidade pública, uma vez que as ruas, calçadas e passeios são inadequados, além do transporte coletivo sem adaptação, lembrando que muitos possuem equipamentos de acessibilidade, mas nem sempre funcionam ou os operadores não estão aptos a manuseá-los. Juntam-se a essas dificuldades o preconceito e a falta de empatia de grande parte da população.
No entanto, a inserção da pessoa com deficiência no mercado de trabalho pode contribuir não apenas para elevar as condições do indivíduo com deficiência, mas retirar do assistencialismo boa parte delas, tornando-as capazes de prover seus próprios sustentos, trazendo dignidade, gerando na pessoa com deficiência o sentimento de pertencimento.
Não se pode esquecer que a força de trabalho que gera renda ao indivíduo contribui para o crescimento do país. Por essa e outras tantas razões, deve ser compromisso de toda a sociedade fazer cumprir a lei, em especial, neste caso, a Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015, chamada de Estatuto da Pessoa com Deficiência ou Lei da Inclusão. O artigo primeiro dessa lei prevê: “É instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), destinada a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania.”.
Contribuir para que esses objetivos sejam alcançados passa muitas vezes por conhecer melhor esse universo, adotando pequenos gestos, como, por exemplo, evitar discursos capacitistas e expressões pejorativas, bem como respeitar as leis que garantem direito exclusivamente às pessoas com deficiência. Você pode começar hoje, buscando informações e ouvindo pessoas com deficiência, afinal, ninguém melhor do que elas próprias para compartilhar conhecimentos sobre os seus desafios diários.