O perdão parece lindo quando falamos do sacrifício e da redenção de Cristo por nossos pecados, de quando nos arrependemos e sentimos Seu amor e leveza invadindo nossos corações, levando embora toda culpa. Mas, e quando nós temos que perdoar alguém que nos magoou profundamente, ou pedir perdão por uma falha que cometemos?
Na oração do Pai Nosso, Jesus nos ensina a pedirmos ao Pai para que “perdoe nossas dívidas, assim como perdoamos os nossos devedores”, e também diz que o Pai Celestial nos perdoará se perdoarmos aqueles que pecam contra nós (Mt. 6).
O Senhor Jesus pagou um alto preço para nos salvar e perdoar, por muito nos amar. Quando aceitamos o amor de Cristo e o compreendemos verdadeiramente; quando morremos para a carne e passamos a viver pelo Espírito, precisamos também passar a amar o próximo com o amor de Jesus, e não com o amor humano. O amor humano é baseado em gostar de quem gostamos e perdoar somente as pequenas ofensas de quem amamos, mas quando se trata de liberar um perdão profundo, que requer deixar de lado o orgulho e o egoísmo, esse perdão só é possível se estivermos em Cristo, procurando ter um coração como o Dele.
Estar em Cristo faz com que nos tornemos novas criaturas, e morrendo para o velho homem, morrem também os velhos costumes e todas as desculpas humanas baseadas na justiça terrena, a qual é distorcida, para que então nosso alvo seja o Reino de Deus e a sua justiça. A ira humana não produz justiça de Deus (Tg 1:20), logo, ao procurarmos razões humanas para liberar ou pedir perdão, por muitíssimas vezes não as encontraremos.
De que modo podemos, então, de maneira prática, exercer o perdão uns para com os outros? Devemos confessar os nossos pecados ao Senhor (1Jo 1:9); renovar a nossa mente e nossos pensamentos (Fp 4:8); pedir ao Senhor que nos dê um coração puro (Sl 51:10); buscar em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça (Mt 6:33); e praticar o amor a Deus e ao próximo (Mt 22:37-39). Somente amando a Deus de todo coração é que conseguiremos realizar todas essas coisas. Amando a Deus em primeiro lugar, passamos a amar a nós mesmos, então conseguiremos amar ao próximo da mesma maneira, perdoando e vivendo a plenitude da vida abundante que Cristo tem para nós.