A era dos cigarros eletrônicos: Estamos vivendo um déjá vu?

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Na década de 1940 até meados da década de 1980, fumar era considerado chique. Pessoas famosas e importantes apareciam em público com seus cigarros e charutos entre os dedos como sinônimo de poder, liberdade e até mesmo sensualidade. O ato de fumar era permitido mesmo em ambientes fechados, como restaurantes, cinemas e aviões. É fácil perceber isso nos filmes antigos, inclusive em filmes infantis, como “101 Dálmatas”, “A Pequena Sereia” e “Pinóquio”.

Acontece que, à época, pouco se sabia sobre os efeitos do tabagismo na saúde. Hoje, sabemos que o fumo está relacionado a diversos tipos de doenças respiratórias, como asma, bronquite crônica, enfisema pulmonar, rinite, além de câncer de pulmão, boca, nariz, faringe, laringe, bexiga, pâncreas, fígado, esôfago, estômago e por aí vai. 

No Brasil, em 1996, a Lei nº 9.294 proibiu o uso de cigarros e afins em locais coletivos, sendo permitido o uso dos “fumódromos”, que também foram proibidos após alterações dessa lei, em 2011 e 2014. A própria Disney proibiu o aparecimento de personagens fumando em filmes infantis, a partir de 2015.

Atualmente, acender um cigarro em um restaurante fechado é considerado absurdo, falta de respeito e bom senso. 

Acredito que evoluímos bastante nesse sentido, mas ainda há muito a melhorar, principalmente se observarmos o uso de cigarros eletrônicos pela juventude atual. Eles são coloridos, cheirosos e descolados. Mas eu só vejo um espelho das décadas passadas. E pagaremos (sim) o preço, no futuro, como sociedade, assim como ainda estamos pagando o preço por aquela geração de algumas décadas passadas: dependência química expressiva, doenças graves e mortes precoces. 

O preço é alto. Triste realidade.

Gabriela Simão

Gabriela Simão

Tenho 31 anos, sou médica Otorrinolaringologista, com ênfase em Otoneurologia, subárea da Otorrino que foca na tontura e zumbido. Me formei em Medicina pela Universidade Federal do Espírito Santo em 2015 e em Otorrinolaringologia em 2019 pela Universidade Federal de São Paulo. Fiz o fellowship em Otoneurologia na Universidade Federal de São Paulo, concluída em 2020. Moro atualmente em Vitória - ES, atuo como Otorrinolaringologista na Serra, em Vila Velha e Cachoeiro de Itapemirim e sou professora da Faculdade de Medicina Multivix em Cachoeiro de Itapemirim, onde leciono a disciplina de Bioética e tenho a oportunidade de fazer atendimentos em Otorrinolaringologia direcionados a pacientes do SUS com os alunos do oitavo período.

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