É assim que sua mente funciona

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Você não se lembra como aconteceu, mas você estava lá. Toda a sua personalidade sendo formada e você nem se lembra disso! Desde a concepção estamos sendo de alguma maneira programados, primeiro pelos nossos dados genéticos e depois pelas nossas experiências. Estes dois juntos vão interferindo um no outro ao longo de nossa vida, não sendo possível delimitar os limites de cada um. Assim, não é possível afirmar “isto é apenas genético” ou “isto é apenas experiencial/psicológico”, somos seres inteiramente relacionados com nosso corpo/mente. 

Conforme as nossas experiências vão acontecendo, elas irão reforçar certos tipos de percepções e de comportamentos, ou pode acontecer de comportamentos serem realizados e extinguidos depois de punições específicas. Isto quer dizer que, para a sua mente chegar a ser o que ela é, houve ao longo de sua vida uma série de reforços e punições que combinados resultaram no que ela é hoje.

Como funcionam esses reforços?

Então, para responder essa pergunta precisamos diferenciar algumas coisas. Na psicologia existe o que chamamos de reforço positivo e reforço negativo, mas calma lá! As palavras “positivo” e “negativo” não tem relação com ser algo “bom” ou “ruim”, e sim para falar sobre a presença ou ausência de estímulos que reforçam um comportamento. Então, deixamos combinado que todo reforço fala sobre aquilo que faz com que a frequência de um comportamento específico seja aumentada. 

Dessa forma, os reforçamentos são positivos na medida em que eles proporcionam que algo que não existia passe a existir, isto é, aumentar sua frequência como consequência de um estímulo específico. Difícil ainda? Então deixa eu te dar um exemplo:

Os pais entram com a criança no supermercado e então eles chegam próximo ao corredor tão temido pelos pais que levam seus pequenos nesse espaço, o corredor dos chocolates. A criança, ao identificar um, pede aos pais e recebe uma resposta negativa, e é então que ela prepara seus pulmões e grita o mais alto que consegue, chora, se joga no chão! Os pais, movidos pelo stress do momento, decidem comprar o chocolate e no mesmo instante a criança se acalma. Quem nunca?! A situação é comum e a mensagem é clara. O fato de os pais terem cedido se torna um estímulo positivo para que esse comportamento se repita, ou seja, as chances de ele acontecer novamente são altíssimas! 

A matemática é simples, a criança estava tranquila até receber o estímulo do chocolate, os pais rejeitam seu pedido, a criança chora e os pais cedem, logo uma nova “espécie” de comportamento é acrescentada ao “estoque de comportamentos infantis”: A birra.

Da mesma maneira, os reforçamentos são negativos na medida em que os estímulos possibilitam que um comportamento seja retirado depois dele ocorrer, ou que um estímulo faz com que um comportamento específico não seja alcançado. Por exemplo:

Uma pessoa está tentando emagrecer, sabe que tem comida calórica em sua geladeira, para evitar comer tudo o que está nela começa a tentar se “distrair” com outras coisas e tentar não pensar na comida. Mas, o resultado não sai como esperado, ao invés de passar a vontade de comer, o fato de ficar ali na tentativa de distração a deixa angustiada, gerando um estímulo aversivo e este estímulo provoca a “invasão” à geladeira. E pronto, o tão famigerado autocontrole desejado para não comer não foi alcançado. 

O estímulo “vou me distrair” teve como consequência a angústia, e o resultado foi o reforçamento do ato de comer compulsivamente, no fim este estímulo diminuiu as chances do comportamento alimentar desejado (não comer fora o previsto pela dieta) acontecer no futuro.

E quanto as punições?

Se os reforços são aqueles que possibilitam que o comportamento aumente, as punições são aquelas que proporcionam que o comportamento diminua conforme um estímulo específico. Assim, são colocadas consequências negativas quando um comportamento específico acontece, o que pode ocasionar a extinção do comportamento, ou em muitos casos, as pessoas passam a ter o comportamento escondido de quem ou o que possa punir eles.

Como isso se aplica a mim?

Por mais que os seres humanos não sejam uma equação matemática de x + y = xy, é possível verificar em si mesmo muitos comportamentos que passaram por esse processo de reforçamento x punição. A sua relação com a comida, com um estilo de vida fitness, a qualidade das suas relações interpessoais, as suas habilidades sociais ou acadêmicas, tudo passa por esse processo. Quer saber como funciona a tua própria mente? Comece fazendo uma reflexão sobre isso.

Karen Karkle

Karen Karkle

Psicóloga e pós-graduanda em Sexualidade. Redatora voluntária no Sou Mulher. Apaixonada pela Palavra e aquela que encontrou na psicologia sua vocação.

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