Pandemia e o crescimento da Violência Doméstica!

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O crescimento da Violência doméstica  e o feminicídio em tempos de pandemia são assustadores. Os impactos da pandemia na vida das mulheres aumentaram   e há sim causas que contribuíram muito para o aumento da violência.

               As mulheres foram as mais atingidas no mercado de trabalho, muitas foram demitidas devido à crise econômica gerada pela Pandemia que assolou o mundo, e  o Brasil não ficou de fora. As mulheres ficaram sobrecarregadas com os afazeres de casa, com os cuidados com alguém da família tudo isso somado ao trabalho de Home office para aquelas que tiveram a sorte de continuarem nos seus empregos, em contrapartida, muitas ainda tiveram que lidar com a frustração  e incertezas futuras gerada pela  perda do emprego.

      Esse cenário todo, fez com que as pessoas ficassem mais em casa, mas homens e mulheres não usufruem dos mesmo direitos e deveres e nesse contexto , muitas vezes, o lar tem sido o lugar que o homem se resguarda e a mulher se sobrecarrega.

                    De acordo com pesquisas feitas, devido a quarentena, mais da metade dos brasileiros se tornaram responsáveis  pelo cuidado de crianças, idosos ou pessoa com deficiência e essas obrigações que se acumularam geraram ansiedade, stress, conflitos entre os membros da família que desencadearam  uma onda de violência em que as mulheres   são  as maiores vítimas.

                   As discussões e agressões que já vinham acontecendo foi se potencializando com a crise instaurada nas relações familiares e isso acabou gerando conflitos onde acabou na maioria dos casos  em violência doméstica ou feminicídio.

                 Muitos ainda pensam que a violência é somente a física mas  há outros   tipos de violência elencadas pela Lei Maria da penha como crime e por isso passiveis de punição: Além da violência física, temos a violência psicológica, a violência sexual, a violência moral e a violência patrimonial, todas elas são interligadas, pois não acontecem isoladas uma das outras, pois na maioria das vezes começa sutilmente com a violência psicológica e acaba quase sempre em violência física e em casos mais graves em feminicídio.

            A relação já estava desgastada e a convivência contínua por si só gera conflitos, desencadeiando todo o tipo de violência  entre os  casais, pois  já não conseguem mais lidar com os conflitos gerados pela crise, como a falta de dinheiro, falta de perpesctivas, dívidas acumuladas, mortes de amigos e familiares , incertezas, medo, insegurança  e tudo isso somado,  gera  o caos   desestruturando famílias inteiras.

      Infelizmente, muitas mulheres ficam presas no ciclo da violência, muitas por medo de denunciar o parceiro porque sofrem ameaças, outras por dependência financeira ou emocional, mas é importante lembrar que esse ciclo pode ser rompido a qualquer instante e que a mulher vítima de violência doméstica pode procurar as redes de proteção e apoio para denunciar o agressor por qualquer um dos tipos de violência, seja sexual, moral, patrimonial, física ou psicológica e inclusive solicitar medida protetiva para garantir sua integridade física e psicológica. 

              Próximo mês será  agosto lilás, mês da campanha de conscientização pelo fim da violência contra mulheres e estarei abordando   o assunto da violência contra mulheres no âmbito familiar em sua totalidade, bem como as medidas de combate e enfrentamento a violência com o objetivo de esclarecer e conscientizar todas as mulheres para que elas  identifiquem se estão ou não sofrendo algum tipo de Violência pelos seus parceiros.

 Se você está sendo vítima de Violência doméstica não seja mais uma na estatística, não se cale, DENUNCIE!

Vania Pinheiro Rodrigues

Vania Pinheiro Rodrigues

Advogada, especialista em Direito de família e Cristã. Responsável jurídica da rede de apoio e acolhimento de mulheres vítimas da violência doméstica do Projeto de mãos dadas promovendo paz, da Igreja Assembleia de Deus na cidade de Criciúma/SC

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